segunda-feira

Piscadela

Assim, bem rápido como um piscar de olhos, o dia passa.
Pra falar a verdade o dias nem passam tão rápido assim, mas saber que os segundos que passaram REALMENTE passaram e continuam passando sem parar é realmente algo um pouco assustador.
É quase como um carro sem direção...O carro vai parar em algum lugar, talvez até numa árvore, mas não sabemos onde ela está, nem quando vai chegar.

A cada dia morremos um pouco.

A cada piscar de olhos, um pouco da vida se foi.

E a gente continua vivendo. E vivendo. E comendo. E respirando. Até não ter mais como comer, nem porque respirar....
A vida corre mesmo e nem tem porque ficar parada. Quem virá depois de nós também nascerá correndo do tempo, e viverá uma piscadela de cada vez até não poder piscar mais.

sábado

Pele descartável

Pela primeira vez (ou talvez seja só uma impressão) eu estou vindo aqui sem saber o que dizer.
Tento bolar aquele texto que te amarre na cadeira, ou que te faça ao menos pensar numa situação, e por vezes aquilo que parece natural acaba sendo meio que montado. Quase como estar apaixonado. A gente fica estabanado, fala coisas que não devia, tudo porque temos medo de que a pessoa que somos de verdade assuste o outro.
Bom hahaha acho que se fosse pra alguém ter medo de mim, já teriam corrido desse blog afinal eu sou bem sincero quanto essas questõezinhas incomodas, e eu insisto em incomodar mais....Mas ainda sinto aquela "falta de desenvoltura" que se sente quando estamos apaixonados.

Ainda não sou o "Don Juan" nesse campo.

É uma sensação engraçada...Contruir uma imagem e, a partir disso, "ser" alguém.
Naturalmente eu sou um animal. Minhas vontades não passam de extensões de minhas necessidades instintivas...fome, sexo, sono, dor...mas parece que a real graça de viver está necessariamente nesse papel que eu interpreto, nesse grande palco que é ...bem... qualquer lugar onde eu esteja. Distingüir nossa personalidade....Ser diferente...Ser único.
Toda situação exige uma postura diferente (e, consequentemente, uma pequena alteração de personalidade), mas no fim das contas sempre se volta pro ponto zero. Não posso quebrar os pratos aqui de casa se me der vontade, ou querer ficar parado no meio de uma festa sem que me achem esquisito. E ai, acabo sendo guiado não pela minha própria vontade, e sim pela dos outros.
Disfarço meus instintos com máscaras, para que assim eu possa ser "considerado" civilizado....mas ao olhar pro lado, vejo que quem considera são, assim como eu, cachorrinhos em coleiras coloridas, escolhidas por outros cachorrinhos de coleiras, todos disfarçados de pessoas.

Hahahahahaha

No fim das contas, eu sei que papel devo interpretar, mesmo que ele não seja o ideal pra mim. E por isso sei que minha coleira não fui eu que escolhi.