Eco na casa vazia.
Quando falo, minha voz me faz companhia.
Não é o que preenche o espaço...mas até engana quando não se olha.
Engana bem alias.
Quando abro os olhos, nem parece minha.
Dá vontade de encostar pra ver se é de verdade.
Pra ver se tem carne e osso como parece.
Minha voz dá vida às coisas ocas que imito.
E assim, encho a casa com figuras transparentes.
Elas transbordam pelas portas e janelas.
Caem no meu colo e ainda assim não encostam em mim.
A casa vazia agora está cheia.
Cheia de nada.
Nada que é todo meu.
terça-feira
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